Como me ensinou Suzana Herculano, "É Batata!", ou quase. Desde setembro a pergunta retórica mais frequentemente direcionada a mim é: "O que você mais sente falta da França? O Frio né!? Difícil voltar ao Rio de Janeiro depois de ter experienciado -17C". Minha resposta sempre foi um sonoro: "COM CERTEZA!", enquanto enxugava o suor que incomodava minha face só em lembrar do boneco de neve e de meus passeios invernais na Floresta Encantada de Gif-Chevry.
Eis que num dia 03 de fevereiro a ficha cai. Poucos minutos após a repetição do ritual, eu e os meus passamos pelo "corredor onde todos se encontram". Lá, uma pessoa em especial estava diferente. Alguém que talvez viesse falar comigo sequer olhou pra minha cara. Imediatamente me veio à cabeça uma novela na qual contracenei nos últimos três dias e que acreditava já tê-la enterrado.
Mais evidências do inevitável viriam a tarde. O fóssil de uma lagartixa decorando o ar condicionado da sala seria o primeiro sinal. O "Segundo" veio com os braços zumbis "vultuando" a janela do laboratório. Reles prelúdios para o que estava por vir.
Após presenciar algumas injeções de gel eletrolítico (essa parte era normal), eis que ressurge das cinzas aquela discussão, aquela cuja última resposta escrevi cinco rascunhos para não dar margem aos "você é muito grosso" ou a más interpretações. Assim como a Bennu, ela retorna mais forte e com sangue nos olhos. Assim como em Jurassic Park, o fóssil virou lagartixa. Assim como em Resident Evil (falo do jogo) os vultos zumbis enfim se encontraram e iniciaram seu ataque. Por essa Olavão não esperava: o mundo não irá acabar num Golpe Comunista, mas num Apocalyse Zumbi.
Zumbis aparecem e desaparecem o tempo todo, eles são basicamente mortos vivos que vagam por aí em busca do próximo pedaço de carne humana. São seres que atacam qualquer ato de humanidade reeditando um grande dilema: "usar sua última bala para tentar explodir seus miolos e devolvê-lo ao além, ou correr e ser morto pelos que estão famintos mais a frente?".
Eu que junto ao meio irmão do Che, elaborava planos…. digo, histórias de zumbis cubanos que invadiam o CEA-Saclay em pleno inverno francês. Eu que junto a uma sulafricana me divertia contando histórias de terror na Floresta Encantada de Chevry a -12C. Eu enfim encontrei algo que me faz mais falta que uma temperatura agradável: um clima agradável! Um clima para conversar, um clima para pensar junto, um clima para que todos os ainda humanos deste meu terceiro roteiro de terror, agora em terras tupiniquins, consigam pensar e agir um pouco melhor que os cubanos de "Juan de los Muertos" . Porém, num país que se divide entre reaças e reaças contra-reaças, dificilmente repetirei com sucesso as ações de cada dia de um povo sofrido de guerra, que preza pela fraternidade, mesmo que a igualdade ainda esteja longe de se tornar realidade.
Por fim, hoje a resposta foi corrigida com um sonoro: "NÃO!", enquanto enxugava os vestígios de lágrimas que incomodavam a minha face, só em lembrar do espantalho e de nossos ‘passeios' de Limousine Carioca para o Fundão. Mas desta vez me controlei, e ri! Ri de nostalgia. Afinal, estou de volta ao Brasil e este tipo de situação seguirá sendo a coisa mais comum do mundo. Enfim me sinto brasileiro, enfim me sinto carioca e orgulhoso de carregar a fama de alegre, gentil e solidário, como dizia a Renata de São Bernardo.
De qualquer forma, hoje foi um excelente dia, um dos mais importantes da vida de dois amigos que estão a prestes de se livrar da vida de doutorando. E dia 7 verei mais uma. Eu sigo na luta. Você também. E a vida segue!
Eis que num dia 03 de fevereiro a ficha cai. Poucos minutos após a repetição do ritual, eu e os meus passamos pelo "corredor onde todos se encontram". Lá, uma pessoa em especial estava diferente. Alguém que talvez viesse falar comigo sequer olhou pra minha cara. Imediatamente me veio à cabeça uma novela na qual contracenei nos últimos três dias e que acreditava já tê-la enterrado.
Mais evidências do inevitável viriam a tarde. O fóssil de uma lagartixa decorando o ar condicionado da sala seria o primeiro sinal. O "Segundo" veio com os braços zumbis "vultuando" a janela do laboratório. Reles prelúdios para o que estava por vir.
Após presenciar algumas injeções de gel eletrolítico (essa parte era normal), eis que ressurge das cinzas aquela discussão, aquela cuja última resposta escrevi cinco rascunhos para não dar margem aos "você é muito grosso" ou a más interpretações. Assim como a Bennu, ela retorna mais forte e com sangue nos olhos. Assim como em Jurassic Park, o fóssil virou lagartixa. Assim como em Resident Evil (falo do jogo) os vultos zumbis enfim se encontraram e iniciaram seu ataque. Por essa Olavão não esperava: o mundo não irá acabar num Golpe Comunista, mas num Apocalyse Zumbi.
Zumbis aparecem e desaparecem o tempo todo, eles são basicamente mortos vivos que vagam por aí em busca do próximo pedaço de carne humana. São seres que atacam qualquer ato de humanidade reeditando um grande dilema: "usar sua última bala para tentar explodir seus miolos e devolvê-lo ao além, ou correr e ser morto pelos que estão famintos mais a frente?".
Eu que junto ao meio irmão do Che, elaborava planos…. digo, histórias de zumbis cubanos que invadiam o CEA-Saclay em pleno inverno francês. Eu que junto a uma sulafricana me divertia contando histórias de terror na Floresta Encantada de Chevry a -12C. Eu enfim encontrei algo que me faz mais falta que uma temperatura agradável: um clima agradável! Um clima para conversar, um clima para pensar junto, um clima para que todos os ainda humanos deste meu terceiro roteiro de terror, agora em terras tupiniquins, consigam pensar e agir um pouco melhor que os cubanos de "Juan de los Muertos" . Porém, num país que se divide entre reaças e reaças contra-reaças, dificilmente repetirei com sucesso as ações de cada dia de um povo sofrido de guerra, que preza pela fraternidade, mesmo que a igualdade ainda esteja longe de se tornar realidade.
Por fim, hoje a resposta foi corrigida com um sonoro: "NÃO!", enquanto enxugava os vestígios de lágrimas que incomodavam a minha face, só em lembrar do espantalho e de nossos ‘passeios' de Limousine Carioca para o Fundão. Mas desta vez me controlei, e ri! Ri de nostalgia. Afinal, estou de volta ao Brasil e este tipo de situação seguirá sendo a coisa mais comum do mundo. Enfim me sinto brasileiro, enfim me sinto carioca e orgulhoso de carregar a fama de alegre, gentil e solidário, como dizia a Renata de São Bernardo.
De qualquer forma, hoje foi um excelente dia, um dos mais importantes da vida de dois amigos que estão a prestes de se livrar da vida de doutorando. E dia 7 verei mais uma. Eu sigo na luta. Você também. E a vida segue!